sábado, 24 de julho de 2021

Etelvina

Etelvina quando criança, adorava borboletas e sempre pensava em como seria voar, carregando em sua asas, tanta beleza, leveza, mil cores. Cada uma com sua peculiaridade, a pousar de flor em flor. Tirar os pés do chão e conhecer o mundo fazia parte de seus sonhos e era a sua paixão, mas tinha um longo caminho a percorrer. Haveria de enfrentar obstáculos e um deles se chamava Lorenzo. Rapaz introvertido, fechado para novidades, teimoso, do contra, tudo fazia para minar o sonho de Etelvina que tomaria uma séria decisão: Concluiu que não estava realmente apaixonada, mas sentia somente algo como curiosidade e partiu em busca de sua realização pessoal. Lorenzo de coração despedaçado ainda mais enclausurou seus sentimentos. Bem trajada, desenvolta, comunicativa, lá estava a bela aeromoça realizando o seu sonho, tão feliz como livres andorinhas cortando os céus. Numa tarde de verão, o destino era Itália com escala em Lisboa .Durante a noite, pânico no avião, trepidação, perde altura, sobe, medo, avisos, talvez fosse o fim mergulhados no fundo oceano. Uns passaram mal, outros sentiram-se apavorados, cada um com a sua reação, só um se mantinha calmo em sua discreta poltrona. Num dado momento, em questão de segundos, levanta-se e dirige-se a aeromoça, meio aturdida com a situação .Aproxima-se com cuidado, segura as mãos de Etelvina e fala baixinho: Acalme o seu coração que eu estou aqui e uma vida inteira nos espera. Sou o seu Lorenzo. O avião se estabiliza e todos descem apaziguados para novas vidas que os espera. Etelvina é a minha avó do lado paterno, que não cheguei a conhecer. Morava na roça. Pelo jeito pessoa muito humilde. Morava em casa simples de chão batido, que cheguei a conhecer. Escolhi esse nome para o meu texto, pois essa mulher faz parte de minha genealogia e com certeza, dela carrego alguma coisa na vida pessoal e minha maneira de ser. Que esteja em paz !

Dando a volta por cima......As ferrovias foram sabotadas ,por enquanto ....

       Comentando na página de Porto Feliz de antigamente , sobre a situação das cidades com a decadência das ferrovias , via politicagem eg...