Soltando as linhas

      No tempo de criança ,uma das nossas brincadeiras era brincar de casinha .Lá no quintal ,brincávamos ,as crianças de casa e do outro lado da cerca de bambu ,ficava a casinha da Míriam ,fazendo de conta que eram casas geminadas  A Míriam ,de descendência alemã ,era branca e delicada e com olhos verdes muito diferentes ,na tonalidade .Ela era cheia de novidades .e algumas coisas ela tinha que nós não tínhamos .Ela possuia ,uma correntinha e numa medalha grande com tampa ,uma foto sua bem novinha .Possuia  inúmeras fitas ,para colocar nos cabelos e quando entrou na moda o cinto largo de elástico ,gostava de exibi-lo .Ela possuia duas tias com nome de flores : tia Margarida e a tia Rosa ,bem mais gorda que moravam em SP . A avó da Míriam era dona Ana ,alemã de olhos muito azuis e naquele tempo vivia fazendo a meia de quatro agulhas .Dona Ana me incentivou a gostar de plantas e me dava mudas de plantas  e duas dessas plantas foram  o trevo de quatro folhas e também  a barriga de sapo.  Quando as tias chegavam de São Paulo ,vinha a  Miriam na casinha do outro lado da cerca de bambu  e trazia novidades . Uma delas foi o rabo de gato,o carretel  e muitas lãs .Foi daí que surgiu o nosso interesse pelas artes  aprendendo o tal rabo de gato , e no grupo escolar ,no antigo Gaspar Ricardo também tínhamos artes ,que culminava nosso final de ano ,com belíssima exposição , com bordados das meninas e outros artesanatos dos meninos .Esse foi o começo de algo que me distrai muito ; tricô ,crochê etc....,tudo de forma bem amadora ,no ensaio e erro ,mas muito prazeiroso .Recentemente a Míriam ,conversando com as colegas e entre elas uma das  minhas  irmãs ,relatou que eu era muito briguenta e outras qualidades ,é riram muito .  Que maldade colega !....rs...E já que falamos de artesanato eis algumas peças que acabei.